"Há algum tempo, o coreógrafo austríaco Philipp Gehmacher participou num workshop dirigido pela coreógrafa americana Meg Stuart. Pouco tempo depois Meg Stuart viu o espectáculo de Philipp Gehmacher Incubator e sentiu-se muito atraída pela linguagem de movimento dele, que é depurada até à sua essência abstracta. Sentiu que lhe apetecia entrar no trabalho dele.
No festival ImPulsTanz do ano passado em Viena surgiu a oportunidade de passarem vários dias juntos num estúdio de dança. O resultado destes cinco dias de diálogo baseado na improvisação foi apresentado a um público reduzido, mas a ‘conversa’ revelou tanto reconhecimento mútuo que ficou uma forte necessidade de a prosseguir e aqueles que assistiram a esta efémera apresentação em Viena sentiram como que ‘uma química encantatória entre estes dois bailarinos-coreógrafos’.
Embora Meg Stuart pertença a uma geração de performers anterior à de Philipp Gehmacher, neste espaço eles encontram-se como parceiros de idêntica qualidade que nas suas improvisações conseguem partilhar ‘o momento’ um com o outro sem qualquer relação de subserviência. A ‘presença’ de Stuart abre a ‘austeridade’ minimalista de Gehmacher a uma maior expressividade. Gehmacher, por seu lado, acentua o impacto do gesto e da exposição. Os seus movimentos em conjunto parecem brotar de uma mesma fonte: não só eles partilham o interesse pelo corpo ‘distorcido’, pela distância, pela perca e pela ausência, como entre eles emerge uma intimidade altamente afectiva, quase tocada de erotismo, como a que existe entre uma irmã mais velha e um irmão mais novo."
2 Comments:
MAYBE FOREVER
"Há algum tempo, o coreógrafo austríaco Philipp Gehmacher participou num workshop dirigido pela coreógrafa americana Meg Stuart. Pouco tempo depois Meg Stuart viu o espectáculo de Philipp Gehmacher Incubator e sentiu-se muito atraída pela linguagem de movimento dele, que é depurada até à sua essência abstracta. Sentiu que lhe apetecia entrar no trabalho dele.
No festival ImPulsTanz do ano passado em Viena surgiu a oportunidade de passarem vários dias juntos num estúdio de dança. O resultado destes cinco dias de diálogo baseado na improvisação foi apresentado a um público reduzido, mas a ‘conversa’ revelou tanto reconhecimento mútuo que ficou uma forte necessidade de a prosseguir e aqueles que assistiram a esta efémera apresentação em Viena sentiram como que ‘uma química encantatória entre estes dois bailarinos-coreógrafos’.
Embora Meg Stuart pertença a uma geração de performers anterior à de Philipp Gehmacher, neste espaço eles encontram-se como parceiros de idêntica qualidade que nas suas improvisações conseguem partilhar ‘o momento’ um com o outro sem qualquer relação de subserviência. A ‘presença’ de Stuart abre a ‘austeridade’ minimalista de Gehmacher a uma maior expressividade. Gehmacher, por seu lado, acentua o impacto do gesto e da exposição. Os seus movimentos em conjunto parecem brotar de uma mesma fonte: não só eles partilham o interesse pelo corpo ‘distorcido’, pela distância, pela perca e pela ausência, como entre eles emerge uma intimidade altamente afectiva, quase tocada de erotismo, como a que existe entre uma irmã mais velha e um irmão mais novo."
in 'Programação - Culturgest, Uma Casa do Mundo'
CR
Já a vi no CCB com os Damaged Goods, num espectáculo de que não me lembro a data nem o nome, mas de que gostei muito!!!!!!!!!!!!!!
Abraço!
Começas a restabelecer-te do jet lag ????!!!!!Eheheheheh:)
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